quinta-feira, 21 de março de 2013

O que significa ser um cristão?






John MacArthur
Para os primeiros mártires era bem óbvio o real significado de ser um cristão. No entanto, pergunte hoje o que isto significa e obterá uma variedade de respostas, mesmo daqueles que identificam a si mesmos com este selo.
Para alguns ser “cristão” é primariamente algo cultural e tradicional, um título nominal, herdado da geração anterior, um efeito final de algo que envolve evitar certos comportamentos e, ocasionalmente, frequentar uma igreja. Para outros. Ser cristão é em grande parte uma questão política, um dever de defender os valores morais em praça pública ou, talvez, preservar tais valores, retirando-os completamente de certo local público. Ainda outros definem cristianismo em termos de experiência com uma religião do passado, uma crença geral em Jesus, ou um desejo de ser uma boa pessoa. No entanto. Todos estes conceitos estão tristemente aquém do que de fato significa ser um cristão, na perspectiva bíblica.
Curiosamente, os seguidores de Jesus Cristo não foram chamados de “cristãos” antes de dez a quinze anos, após o início da igreja. Antes disso, eram simplesmente conhecidos como discípulos, irmãos, crentes, santos, e seguidores do Caminho (um título derivado da referência que Cristo fez de si mesmo, em João 14.6, como “o caminho, a verdade e a vida”). De acordo com Atos 11.26, foi em Antioquia da Síria que “foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” e, desde este tempo, o selo se fixou.
O nome foi inicialmente cunhado por descrentes, como uma tentativa de zombar daqueles que seguiam o Cristo crucificado¹. Mas, o que começou como algo ridículo, logo se tornou um emblema de honra. Ser chamado “cristãos”( em grego – Cristianoi), era ser identificado como discípulo de Jesus e ser associado com Ele, como leal seguidor. De modo semelhante, os da casa de Cesar referiam a si mesmos como Kaisarianoi (os de Cesar), a fim de mostrar sua profunda lealdade ao Imperador Romano. Diferentemente dos Kaisarianoi,contudo, os  cristãos não prestavam sua lealdade final a Roma ou a qualquer outro poder; sua dedicação total e adoração eram reservadas a Jesus Cristo apenas.
Assim, ser um cristão, no verdadeiro sentido da palavra, significa ser um seguidor incondicional de Jesus Cristo. Como o próprio Senhor disse em João 10.27: “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (ênfases acrescentadas). O nome sugere muito mais que uma associação superficial com Cristo. Antes, requer uma profunda afeição por Ele, fidelidade a Ele e submissão à sua Palavra. “Vós sois Meusamigos, se fazeis o que vos mando”- Disse Jesus aos seus discípulos no cenáculo (João 15.14). Anteriormente, Ele já havia dito à multiplicação que se reunia para ouvi-lo: “Se vós permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus discípulos” (João 8.31); e disse em outro lugar: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me” (Lc.9.23; cf João 12.26).
Quando nos designamos como cristãos, proclamamos ao mundo que tudo a nosso respeito, inclusive nossa própria identidade, encontra-se em Jesus Cristo, porque, temos negado a nós mesmos, para segui-lo e obedecê-lo. Ele é o nosso Salvador e Soberano, e nossas vidas se centralizam em agradá-Lo. Reivindicar este título significa dizer como o Apóstolo Paulo: “O viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Fp.1.21).
¹Como o apóstolo explica, em 1 Coríntios 1.23, a ideia de um Cristo crucificado era “escândalo para os judeus, loucura para os gentios.” Os que seguiam a Jesus (tendo sido rotulados de cristãos) eram denunciados como hereges, pelos judeus incrédulos e ridicularizados como tolos pelos gentios ascéticos.
extraído do livro Escravo – A Verdade Escondida Sobre Nossa Identidade em Cristo –

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