quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Felicidade é café com leite!


Autor: Breno Isernhagen


Formou-se um grande mito em torno da felicidade. Nos disseram primeiro que ela encontra-se fora de nós mesmos. Depois nos disseram que ela é algo grandioso, difícil de ser alcançado.

Felicidade é algo que já está em nosso interior e é despertada não com nossas grandes conquistas, mas com os pequenos detalhes que acompanham não só as grandes, como também as pequenas vitórias de nossas vidas: um sorriso, um beijo, uma música, um “muito obrigado”.

Você ganha um campeonato, mas não se lembra de todos os detalhes da cerimônia de premiação, você lembra do brilho de orgulho nos olhos do seu pai.

Você fecha um grande contrato e nem se lembra de todo o processo de negociação, seu sentimento de vitória vem do orgulho de ter dito a coisa certa, na hora exata.

Felicidade é despertada com um banho frio em um dia de muito calor, cantando alto aquela música brega que ficou em sua cabeça por dias a fio, sem ter vergonha do “que os outros vão dizer”.

Felicidade vem de ouvir o barulhinho que sua aliança faz no corrimão de uma escada, de acordar cedo num domingo e descobrir que pode continuar na cama até mais tarde, vem daquele primeiro gole de chope tomado logo depois que você se livrou daquela gravata apertando seu pescoço.

Felicidade vem de rolar no chão da sala com seu filho, de bater aquele maldito recorde no videogame que você joga sem seu patrão notar, vem de um beijo de sua esposa, agradecendo por ter matado aquela monstruosa barata que estava no box do banheiro, um beijo que te faz sentir o maior dos heróis (Schwarzenegger que se cuide).

Vamos parar de achar que só seremos felizes quando ganharmos na loteria, quando formos promovidos ou quando a nossa sogra parar de se meter em nossa vida. É claro que, se puder escolher, prefiro ser feliz e rico, mas neste caso a ordem dos fatores deve ser exatamente esta: primeiro ser feliz e depois rico.

Vamos parar também de achar que felicidade é encontrada em grandes eventos, pois corremos o risco de entrar num círculo vicioso onde, por não darmos mais valor a nossos pequenos prazeres, façamos com que eles não estejam mais presentes. Aí só ficaremos lamentando não poder mais sentar em volta da mesa da cozinha da casa de nossos pais, tomando uma bela xícara de café com leite e conversar sobre coisas importantes como o tempero do churrasco de domingo, o gosto musical dos jovens de hoje ou quem vai subir no telhado para arrumar a antena.

Felicidade é algo pequeno, mas que nos faz sentir grandes e dignos de ter uma vida memorável.

Felicidade é algo próximo, tão próximo quanto um beijo de “boa noite, durma bem”.