quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Como Jesus cuidava das pessoas. Parte I




Amor Surpreendente

Uma das características do cuidado que Jesus praticava era o de surpreender a pessoa com suas atitudes – relembrem Marta e Maria, Zaqueu, a mulher que ungiu Jesus, a samaritana no poço. Isto quer dizer que Ele não se deixa prender pelas expectativas que as pessoas projetam sobre Ele.


Com este surpreender, Jesus traz para frente o que estava na margem: a “boa parte” de Maria, irmã de Marta; o coração sofredor de Zaqueu; o amor da mulher que o ungiu; a sede interna da mulher do poço. Mostrar o que está oculto lembra as parábolas que Jesus contou sobre encontrar o que estava perdido.

As ações de Jesus Cristo consagram-no como aquele que cuida de nosso ser, e resgata em nós o que estava perdido, oculto pelas aparências, pelas defesas. Podemos dizer que Jesus ressalta coisas que as pessoas já não percebem mais. Mas atenção: o cuidado de Jesus não é no sentido de revelar o pecado oculto; não, muito pelo contrário: seu alvo é revelar o afeto que estava oculto – a capacidade de amar, a sede de ser amado – como em todos aqueles exemplos.

Como conseqüência, o pecado até parece, mas em outra dimensão que não a da acusação: o pecado é ligado com o amor oculto, interpretado como desvio do alvo original, como tentativa falhada de buscar o que faltava – este é o significado do dinheiro de Zaqueu e dos maridos da samaritana.

Na psicanálise se diz que a cura acontece quando o sintoma é ligado ao conteúdo que estava reprimido, porque dessa forma o sintoma perde o sentido. Algo semelhante acontece com as pessoas que são cuidadas por Jesus: Zaqueu devolve o dinheiro, a samaritana sabe que tem sede, Marta reorienta seu desejo de adorar pelo servir.

O cuidado pela via do amor desmancha a carcaça de defesa que estas pessoas montaram ao redor de si e, desta forma, “pega-as pelo contrapé”. Pode-se imaginar o que teria acontecido se Jesus tivesse ido pelo caminho – infelizmente muito comum nos meios cristãos – de denunciar diretamente o pecado: como seria a conversa com Zaqueu? E com a mulher do poço? Teria levado a este impacto? Resultaria em mudança de vida?

Mas o que estava por trás da atitude de Jesus? Será que é algo que podemos aprender, ou faz parte de capacidades sobrenaturais que só Ele tem?

O evangelho de João registra na oração de despedida de Jesus uma espécie de resumo do seu ministério e do que realmente importa: a vida eterna é esta: que eles conheçam a Ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo (Jo 17.3). O cuidado ministrado por Jesus tinha como objetivo maior revelar a Deus como aquele que tem o poder de reconectar a pessoa com sua essência e, desta forma, saciar a sede interior. Jesus não usava seu tempo para revelar o pecado em si, mas para mostrar o amor do Pai, e deixar que a percepção deste amor iniciasse a restauração e livrasse as pessoas dos caminhos insensatos.

Na verdade, muitas pessoas têm dificuldades em receber e dar amor. Este olhar crítico é característico de uma das doenças mais comuns dos tempos atuais: a neurose obsessiva. Teoricamente, trata-se de uma pessoa que regrediu na sua forma de lidar com o amor. Isto porque experimentou impulsos amorosos e agressivos intensos, que foram sentidos como ameaçadores, a ponto de precisarem ser reprimidos. Da combinação do amor reprimido e das defesas contra o reaparecimento do mesmo, resultaram estas características estranhas: a pessoa trata a si própria com rigor torturante, preocupando-se até as minúcias para cumprir regras, acusa-se de tudo nos mínimos detalhes, controla a si e aos outros, leva tudo para o plano intelectual, e assim não sente nem expressa afeto.

Essa deformação neurótica também contamina a religiosidade: em vez de amor e alegria, há controle, repressão, medo do pecado, sufocamento do afeto, culpabilização de si e dos outros. Esse quadro combina com as denuncias feitas por Jesus contra os fariseus, a quem chamou de “sepulcros caiados” – pessoas que sufocaram os impulsos e descoloriram sua vida. Por dentro há morte, há enrijecimento de vida, restando apenas o controle mecânico e o apego às regras. Esta é uma forma de distorção do amor. A religiosidade obsessiva, tão controladora de si e dos outros, expressa doentiamente, na forma de sintoma, a perda da conexão íntima com o “Aba Pai”, o pai querido.

O cuidado de Cristo, portanto, quer ajudar você a perceber o amor do Pai e a reconectar-se com esta fonte de amor maior. Neste sentido Jesus se apresenta como via de religação: Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. (Jo 14.6).

Bíblia de Estudo - Conselheira.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Controlando sua língua



Para quase todos nós a fofoca não é novidade. Já a ouvimos, espalhamos e fomos vitimas dela. Os boatos são perigosos, pois as pessoas não se sentem responsáveis por aquilo que simplesmente passam adiante, tornando a prestação de contas e o controle dos estragos muito mais difícil. A fofoca varia desde conversas de natureza pessoal, sensacionalista ou íntima, até declarações que difamam ou prejudicam a reputação ou o bem-estar de uma pessoa. Muitas vezes, nossas conversas são repletas de julgamentos. O Senhor coloca fofoqueiros na mesma lista que os pérfidos, ímpios, homicidas e os aborrecidos de Deus. E a Bíblia deixa claro os estragos e as consequências da fofoca e da maledicência.

A ira de Deus pode ser provocada não apenas por mentiras, mas também pelo relato de fatos parcial ou inteiramente verdadeiros. Compartilhar qualquer coisa sobre uma pessoa que não ajude nem edifique pode ser considerado fofoca. Deus tem seus próprios planos para lidar com alguém em pecado. Se estamos preocupados com a situação eterna de uma pessoa que pecou, devemos nos dirigir diretamente a ela, a fim de começar um processo paciente de restaurá-la a Deus. Ouvir fofoca é tão errado quanto espalhar comentários prejudiciais. A pessoa espiritualmente madura controla sua lingua. A fofoca e a maledicência são instrumentos de Satanás.

Ao falar sobre o tipo de vida que as mulheres maduras devem ensinar às mais jovens, Paulo inclui uma advertência sobre a maledicência e admoesta as mulheres a não acusarem outras, refreando-se, portanto de agir de forma diabólica em seus relacionamentos. Não há espada mais afiada do que palavras maldosas.
A fofoca nunca é um ato de bondade: ela deprecia a pessoa sobre a qual estamos falando, degrada qualquer cristão que se dispõe a fazer tal coisa e serve de tentação e laço para qualquer ouvinte que participa desse ato insensível.

(Bíblia de Estuda da Mulher)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Adorando como corpo...



por Bob Kauflin








 
O salmista declara, “Alegrei-me quando me disseram, ‘Vamos à casa do Senhor! ’” (Sl 122.1; ênfase minha).  Distrações mundanas, teologia ruim, ou o pecado que habita em nós podem nos fazer perder de vista  por que nós devemos estar alegres quando nos encontramos para o Dia do Senhor.  Podemos até começar a pensar que nossas devocionais individuais são um substituto adequado, se não superior, no que diz respeito a ir à Igreja.

Claro, tanto a adoração individual quanto a coletiva são vitais para o nosso relacionamento com Deus, mas existem algumas razões para o escritor de Hebreus nos admoestar a não seguir o “hábito de alguns” de negligenciar se encontrarem com outros (Hb 10.25). Aqui estão algumas dessas razões:

OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS

Enquanto Hebreus 10.25 diz diretamente que não devemos negligenciar nos encontrarmos uns com os outros, o repetido uso da frase “quando vocês se encontrarem” por Paulo, em 1 Coríntios 11 e 14, indica que os Coríntios se reuniam em assembleia regularmente.  Ele muitas vezes se refere à igreja na casa de fulano e sicrano, e nós podemos assumir que ele não falava da igreja como uma estrutura física, mas como pessoas que regularmente se encontravam naquela casa.

O ESPÍRITO TRABALHANDO ATRAVÉS DOS OUTROS

Nós devemos ser capazes de nos encorajar no Senhor através do estudo da Bíblia, oração e adoração com músicas, mas Deus também nos ordena explicitamente a estarmos uns com os outros. “O olho não pode falar para a mão, ‘Eu não preciso de você’, ou a cabeça ao pé, ‘Eu não preciso de você’” (1 Co12.21). Ninguém tem todos os dons. Deus não trabalhará em mim através de dons como pregação, encorajamento, compaixão, liderança e fé, se eu não estiver presente para experimentar esses dons.

SERVINDO EM AÇÃO E ATITUDE

Quando eu canto a Deus, oro, ou leio as Escrituras sozinho, eu estou sendo abençoado. Quando eu faço isso com outros, posso ser um meio de demonstrar as variadas formas da graça de Deus para com eles (1 Pedro 4.10). Meu semblante e entusiasmo , assim como o desenvolvimento dos meus dons espirituais, são todos caminhos em que eu posso apontar pessoas para a grandiosidade do Deus que adoramos. Colossenses 3.16 nos diz que cantar é um dos jeitos de ensinar e admoestar uns aos outros. Isso requer muito mais do que cantar sozinho com meu iPod.

MANIFESTAÇÃO DA PRESENÇA DE DEUS

Enquanto tratava da preferência dos coríntios por certos dons espirituais, Paulo nota como esses dons podem alertar um incrédulo sobre a presença de Deus. David Peterson escreve: “1 Co. 14.24-25 sugere que Deus está presente de um jeito distinto nas reuniões cristãs através da Sua Palavra  e pela operação do Espírito” (Engaging with God, 196) . Sem fazer encontros experimentais com Deus como nosso objetivo primário, nós devemos esperar que Deus nos faça mais conscientes da Sua presença quando nos encontramos com outros.

A VOZ DE DEUS ATRAVÉS DA PREGAÇÃO

A tecnologia nos permite ouvir sermões que perdemos ou mensagens de igrejas das quais não frequentamos, mas quando a igreja se reúne em um lugar e em uma mesma hora para ouvir a Palavra de Deus proclamada, é um evento único. O próprio Deus nos chama de Seu povo. O Espírito trabalha nos nossos corações para convencer, confortar, iluminar e exortar. Nós ouvimos a voz de Deus através de pessoas  e somos transformados.

DEMONSTRANDO A UNIDADE NO EVANGELHO

Ser um em Cristo é mais do que se encontrar regularmente em uma sala, mas não é menos. Cantar canções, recitar crenças e ler as Escrituras juntos é um jeito de declarar a mim mesmo e aos outros que eu faço de um templo santo, não apenas  um tijolo aleatório ou uma pedra solta (Ef 2.19-22). “A proclamação cristã pode fazer o evangelho audível , mas cristãos juntos em congregação tornam o evangelho visível (veja João 13.34-35)” (Mark Dever, The Church: The Gospel Made Visible, p. xi).

MORRENDO PARA VOCÊ

Vamos encarar – é muito mais fácil adorar a Deus sozinho do que com outras pessoas. Os encontros na igreja nos introduzem  a muitos agravantes, como estacionamento insuficiente, pessoas sentando no meu lugar, vozes desagradáveis, músicas que eu não prefiro e pessoas problemáticas. Mas é isso que torna esses encontros oportunidades ideais para cultivar a humilde atitude de Cristo (Fl 2.1-5) e morrer para nós mesmos.

ANTECIPAÇÕES DO CÉU

Quer saber como vai ser o céu? Vá à igreja. A cantoria pode não ser tão estelar quanto, o número pode estar drasticamente reduzido, as pessoas podem ter vindo de uma mesma etnia, mas Hebreus 12 diz que nós já chegamos à “Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; a universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos no céu, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados ; e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança” (v. 22-24). Jesus nos trouxe para perto do Pai através do Sua obra expiatória consumada no Calvário. Podemos nos achegar  com ousadia junto ao trono da graça do Seu povo (Hb 10.19-22). Isso é o céu.

Então, da próxima vez que você for tentado a pensar que faltar o culto de domingo não vai doer, lembre-se do que você estará perdendo. E agradeça a Deus por você ter o privilégio e a liberdade de desfrutar da adoração coletiva com o corpo de Cristo toda semana. 

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quero, fica limpo!




por Alex Daher




“Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: ‘Se quiseres, podes purificar-me!’” (Marcos 1.40)

Jesus despertava grande atração nos doentes. Cegos, paralíticos, leprosos. Doenças de todo tipo e gravidade. E como se não bastasse o sofrimento físico, muitas dessas doenças também os deixavam cerimonialmente impuros. Perdiam o direito de entrar no templo e outros lugares públicos. Ninguém podia tocá-los, sob pena de se tornarem impuros também. Viviam, portanto, marginalizados, completamente alheios à vida social, familiar e religiosa de Israel. O destino quase certo deles era viver como pedintes nas ruas. A liderança judaica os considerava amaldiçoados. Era uma vida solitária, dura e sofrida.


Jesus era a única esperança desses excluídos. A única chance de ter uma vida de verdade. A fama de Jesus corria por toda a região e muitos sabiam que algo de extraordinário estava acontecendo na história através daquele homem. Aonde Jesus ia, uma multidão a sua volta se formava. A doutrina e as curas de Cristo deixavam o povo maravilhado. E a partir do momento em que as notícias sobre aquele Mestre que ensinava com autoridade chegava aos ouvidos dos doentes, eles passavam a buscar uma oportunidade de se aproximar dele para implorar pela cura. Esse era o sonho de cada doente em Israel. Dormiam e acordavam pensando: “Será que terei pelo menos uma chance de chegar perto dele?”


O dia daquele pobre homem leproso havia chegado. Ajoelhado, ele mira os olhos de Jesus e diz: “Se quiseres, podes purificar-me!”. Ele sabia que sua vida estava nas mãos de Jesus. Movido por profunda compaixão (v. 41), Jesus toca o impuro e declara sua vontade: “Quero, fica limpo!”. Imediatamente a lepra desapareceu (v. 42). O reino de Deus estava entre os homens, e nenhuma doença ou demônio jamais ousou desobedecer à voz do Rei soberano desse reino. O poder da Palavra Criadora e Eterna que fez todas as coisas (Gênesis 1.3; João 1.3) é o mesmo poder que elimina o mal. O homem estava curado. Uma nova vida estava diante de seus olhos. A esperança foi ressuscitada no coração do leproso purificado.

Mas a cura física daquele homem nos lembra de outra realidade. Temos uma doença infinitamente mais grave que a lepra. Uma doença hereditária que se manifesta desde o nascimento. Uma doença mortal que afeta nossa vida e aqueles que convivem conosco. Afeta não apenas nosso corpo, mas cada parte de nossa alma. Uma lepra espiritual que destrói muito mais que qualquer doença na pele e tem consequências eternas. O pecado. E assim como a única esperança para o leproso era Jesus, do mesmo modo Ele é nossa única esperança de purificação da doença maligna do pecado. Apenas Ele pode olhar para nós com misericórdia e dizer: “Quero, fica limpo!”. O pecado não obedece à voz de mais ninguém. Jesus disse que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (Mc 2.17). Ele dividiu as pessoas em apenas duas categorias: os sãos e os doentes. Em qual grupo você está? Os “justos” não têm ouvidos para ouvir. Somente pecadores ouvem a doce e firme voz do Médico-Rei dizendo: “Quero, fica limpo!”, e são imediatamente curados.

Você se sente sujo por causa do seu pecado? Sua consciência tem o acusado? A culpa do pecado ainda permanece nos seus ombros? Não ignore esses sinais. Admita o pecado e seja curado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. (1João 1.9). Faça como o leproso, ajoelhe-se diante dEle e suplique: “Se quiseres, podes purificar-me”. Ele pode purificá-lo. Lave-se no sangue do Cordeiro de Deus, e você ficará mais branco que a neve. Nada é mais libertador do que ser purificado por Jesus! Lembremo-nos hoje e sempre que, assim como o leproso, não temos poder em nós mesmos para sermos curados. Se você está purificado, isso se deve tão somente ao homem-Deus que um dia olhou para sua terrível enfermidade e, pela graça, disse: “Quero, fica limpo!”

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Centrados no Evangelho





Evangelho


A primeira coisa que precisamos fazer é definir evangelho. Em nossa igreja nós temos uma forma conveniente de fazer isso usando uma mão e que todas as crianças entendem. Tenho certeza que você poderia ir até praticamente qualquer criança na igreja, perguntar “o que é o evangelho?” e ouvir essa resposta: “Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou”. Quando falamos sobre isso durante os cultos, nós acompanhamos um pouco de ação. Começamos com um punho fechado e com cada uma das cinco primeiras palavras abrimos um dedo. “Cristo…morreu … pelos… nossos… pecados”. Então, com a mão aberta, a levantamos e dizemos “e ressuscitou!” E isso é o evangelho. É claro que o evangelho pode ser tão simples como essas sete palavras ou tão complexo como muitos volumes de textos teológicos. Mas a essência do evangelho está ali: Jesus Cristo foi condenado à morte como propiciação pelos nossos pecados e foi ressuscitado para a vida.

Centrado no Evangelho

Viver uma vida centrada no evangelho é simplesmente viver de tal modo que este evangelho seja central. Assim, quando qualquer tipo de situação surgir podemos dizer, “Como o evangelho se aplica a esta situação?” Quando eu estou lidando com um pecado particular ou uma tentação, eu posso perguntar: “Como posso aplicar o Evangelho a este pecado?” Quando Estou confuso sobre criação de filhos, posso perguntar: “O que o Evangelho me diz sobre a minha tarefa de paternidade?” A realidade fundamental da vida cristã é esta: Cristo morreu por nossos pecados e foi ressuscitado. Assim, todo o resto flui para fora do evangelho e que cada pergunta seja respondida em referência a ela.

Eu gosto de frases como essa de Joe Thorn: “A vida centrada no evangelho é aquela em que o cristão experimenta uma crescente dependência pessoal do evangelho para protegê-lo de confiar em seu próprio desempenho religioso e ser seduzido e dominado pelos ídolos”

Joe aponta quatro frutos de uma vida centrada no evangelho:

Confiança (Hb 3:14; 4:16)

Quando o evangelho é central em nossas vidas, temos confiança diante de Deus – não por causa das nossas realizações, mas por causa da expiação de Cristo. Nós podemos nos aproximar de Deus sabendo que ele nos recebe como seus filhos. Nós não permitimos que os nossos pecados nos prendam em culpa e desespero, mas sua presença em nossa vida nos obriga a fugir constante a Cristo pela graça que restaura o nosso espírito e nos dá força.

Intimidade (Hb 7:25, 10:22, Tg 4:8)

Quando o evangelho é central em nossas vidas, temos e mantemos intimidade com Deus, não por causa de nossa atuação religiosa, mas por causa do ministério sacerdotal de Jesus. Sabemos que Jesus é o nosso mediador diante de Deus Pai e nos deu perfeita paz com Deus por meio de seu sacrifício que nos permite aproximar de Deus com a expectativa ansiosa de receber graça, e não julgamento.

Transformação (2 Co 3:18;. 1 Ts 5:23;. 2 Ts 2:13).

Quando o evangelho é central em nossas vidas, experimentamos transformação espiritual, não apenas uma melhoria moral, e essa mudança não acontece por nossa força de vontade, mas pelo poder da ressurreição. Nossa esperança de nos tornarmos aquilo que Deus planejou e deseja não está em nos esforçarmos mais, mas em confiar mais – confiar em sua verdade e no Espírito para nos santificar.

Comunidade (Hb 3:12, 13; 10:25; 2 Tm 3:16, 17)

Quando o evangelho é central em nossas vidas, desejamos e encontramos unidade com outros crentes na igreja local, não por causa de uniformização cultural, mas por causa da nossa fé comum e Salvador comum. É dentro desta comunidade de aliança, se a própria comunidade for centrada no evangelho, que nós experimentamos o tipo de companheirismo que reconforta os aflitos, corrige os rebeldes, fortalece os fracos e encoraja os desanimados.

Se uma pessoa ou igreja é centrada no evangelho, quer dizer que há outras coisas em torno das quais ela não está organizada. Não é centrada na tradição (como, talvez, igrejas fundamentalistas possam ser), não é centrada no pragmatismo (como igrejas em crescimento são muitas vezes), não é culturalmente centrada como são tantas igrejas hoje. É o evangelho que fica no centro da igreja ou do crente.

Então, na minha experiência, um cristão centrado no evangelho é simplesmente o cristão que está sempre olhando para o evangelho como o poder de mudança, que está mantendo o evangelho como ponto de referência. Não importa a situação, ele está olhando para o evangelho e perguntando: “Como o evangelho se aplica a isto?”



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O velho violino




por Breno Isernhagen




Era uma sala bem iluminada, com decoração aconchegante e pessoas sofisticadas circulando entre objetos raros e caros. Várias cadeiras cuidadosamente arrumadas em filas, prontas para o grande leilão que estava para começar.

Esquecido em um canto, entre quadros e porcelanas, descansava um velho violino. Com a pintura mostrando sinais de uso e seu estojo revelando anos de viagens pelo mundo, o antigo instrumento era ignorado por todos. Todos, menos um senhor de cabelos bem brancos, barba cuidadosamente aparada e terno elegante, que observava aquele objeto com um brilho maroto nos olhos.

Teve início o grande leilão. Lances milionários eram lançados ao ar com a facilidade que as grandes fortunas permitiam. Objetos do desejo de muitos eram arrebatados pelo dinheiro de poucos. Lances vinham, lances iam, chegara a vez do violino.

Apesar dos esforços do leiloeiro, ninguém se interessava por um velho instrumento que parecia ter pouco valor de revenda, muito menos serviria como decoração. Todos continuavam desprezando aquilo que, para eles, era apenas um objeto qualquer. Todos, menos o senhor de cabelos bem brancos, barba cuidadosamente aparada e terno elegante.

Calmamente, ele pediu licença para experimentar o violino, tocá-lo, “só para tirar uma última dúvida” dizia. Então, num gesto reverente e suave, tomou o objeto em uma das mãos, o arco em outra e iniciou uma doce melodia. O que antes era um simples objeto revelou-se pura magia. Aquele violino, tocado pelas mãos de um mestre, passara rapidamente da posição de desprezado para a de objeto de desejo. Nas mãos daquele senhor, libertara seu potencial e encantava a todos com notas de fantasia.

Todos passaram a querer o velho violino, todos desejavam agora possuí-lo. Todos, e também o velho senhor, que não queria nenhum objeto aquela noite, apenas o violino de seus sonhos, aquele que habitara seu coração durante uma vida inteira de concertos e grandes espetáculos, aquele Stradivarius “perdido”, que aparecera jogado em um canto de uma sala de leilão. O lance mais alto naquele dia foi o dele, pois, naquele leilão, onde as pessoas compravam objetos, ele estava comprando seu próprio sonho.


Já se sentiu como este velho violino?

A vida já te jogou num canto escuro, depois de uma vida de surras e melodias mal tocadas?

Em alguns momentos de nossas vidas caímos nas mãos de músicos errados. Tocamos nas dez mais das paradas do sucesso, mas escolhemos as rádios erradas. Procuramos o Carnegie Hall e só o que encontramos foi um palco esquecido num boteco de quinta categoria.

Não é para isto que você foi criado.

Deus nos vê como aquele Senhor de cabelos bem brancos, barba cuidadosamente aparada e terno elegante. Ele conhece tudo o que podemos fazer, porque por Suas mãos fomos feitos. Somos instrumentos criados para tocar Sua melodia.

Mesmo que estejamos esquecidos e empoeirados num canto, velhos violinos surrados por um mau músico que chamamos de mundo, nosso Pai já pagou o lance mais alto do leilão na cruz do Calvário.

Além disso, Deus é multi-instrumentista. Ele não se importa se você é zabumba ou violão, piano ou xilofone, cuíca ou bombardão. Quando o Senhor está fazendo um solo em você, não toca no tom errado, não desafina nem atravessa o ritmo.

Deixe tocar em sua vida a Melodia do Criador. Você pode ser um velho violino, mas tocado pelas Mãos certas, vai revelar seu verdadeiro valor.

Breno Isernhagen

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Perdão - Uma Extensão da Misericórdia de Deus.






Todos os seres humanos são pecadores e, portanto, vítimas das consequências mortais do pecado. Uma vez que o pecado rompe a comunhão entre Deus e a humanidade, o perdão de Deus é sua forma de remover o pecado e restaurar essa comunhão.

Seu perdão é completo, eterno e está sempre disponível. Nas escrituras, esse processo é descrito como limpar, purificar, apagar e lavar. Aqueles que não buscam o perdão de Deus estão sujeitos a serem “riscados do livro da vida”.

Apesar de a Bíblia prescrever funções sacerdotais relacionadas ao perdão, em última análise, o perdão é concedido exclusivamente por Deus. Os sacrifícios eram meios de obter perdão por erros inadvertidos, mas não cobriam os pecados cometidos atrevidamente contra Deus. Todos os rituais associados ao perdão na Bíblia deviam ser acompanhados de contrição e compaixão, e também de penitência e confissão. Os rituais e sacrifícios em si não conferiam o perdão. Devemos nos humilhar, reconhecer nossos erros e escolher deixar o pecado. Ao fazê-lo, Deus dá a cada um de nós um novo coração e espírito, bem como o desejo e a capacidade de guardar os seus estatutos.
Um aspecto enfatizado com frequência é a tradução do verdadeiro remorso em ações práticas. Aqueles que são perdoados deixam de fazer o mal, começam a fazer o bem, inclinam o coração para o Senhor e, em resumo, abandonam o pecado e tomam o propósito de viver em retidão. Isso tudo constitui o “arrependimento”. Quando nos arrependemos, recebemos o perdão de Deus. Ele perdoa o pecado, o remove completamente e não se lembra mais dele.


 

Lucas – 17. 3 e 4.
Bíblia de Estudo da Mulher