sábado, 9 de julho de 2011

Se você fosse como eu!

Se você fosse como eu, olharia para trás e veria todas as pessoas que magoou.
Então olharia para o futuro e se daria conta de que, se não passasse a pedir perdão, continuaria a não ter laços de amizade, apenas nós cegos de orgulho. Também se daria conta de que, se não perdoasse, continuaria a não ter a vida em suas mãos.

Se você fosse como eu e visse que mais recebeu do que doou, olharia para o futuro e se daria conta de que a vida é um cobrador severo. Se não começasse a dar mais de si mesmo, continuaria com duplicatas emocionais vencidas, com juros compostos de gratidão recolhida.

Se você fosse como eu e passasse a escutar a si próprio com mais atenção, ouviria muitos lamentos e exigências. Olharia para o futuro e se daria conta de que, se não passasse a falar mais de alegria e de realizações, continuaria sem ser ouvido e sem fazer nada.

Se você fosse como eu e passasse a escutar os outros com mais atenção, também ouviria lamentos e exigências. Olharia para o futuro e se daria conta do quanto é rico em conhecimento, emoções e decisões. Lembraria que o melhor alpinista é o que vai primeiro, sem proteção nem rumo certo, que fixa os pontos seguros, por onde passará a corda que deixará a sua descendência mais segura.

Se você fosse como eu e se desse conta das chances que perdeu, olharia para o futuro e se daria conta de que, se as vezes não se lançasse no vazio, jamais mergulharia no mar das grandes realizações.

Se você fosse como eu e sentisse o quão pouco amou, olharia para o futuro e se daria conta de que riqueza sem amor é cobiça, cultura sem amor é arrogância, inteligência sem amor leva a solidão, sentiria que só o amor te dá a única proteção contra todos os males deste mundo: Esperança.

Se você fosse como eu, estaria perdendo aquilo que você tem de mais valioso, que é a sua vida. Esta vida foi construída com todas as decisões que você tomou, todos os erros que você cometeu, todos os dias em que se sentiu nas nuvens e todas as noites em que ficou só, num canto escuro chorando de dor e solidão, todas as luzes que aqueceram seu rosto num dia calmo de primavera.

Viva a sua vida da melhor forma que puder, porque você não é como eu.

Breno Isernhagen

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