quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito - Bondade


 
 
 
A bondade de Deus está expressa na criação (Gn 1.31) e é conhecida na salvação (Fp 1.6).

O salmista proclama a bondade de Deus como grande e eterna. Deus é a verdadeira essência da bondade, o Autor de ilimitada e desmerecida generosidade.

Apesar de Deus ser o único verdadeiramente bom, a escritura encoraja os cristãos, a buscarem a bondade, modelando suas vidas de acordo com Jesus Cristo. Para os cristãos, bondade não é simplesmente a ausência do mal, mas a retidão acompanhada por atos de bondade.
Como fruto do Espírito Santo, a bondade é resultado natural do amor, da alegria, da longanimidade e da benignidade ativos na vida de uma pessoa (Gl 5.22-23). É uma expressão visível de mudança interior no coração do cristão – o poder invisível do Deus santo denominado a natureza pecaminosa que está dentro de todas as pessoas.

É difícil alcançar a verdadeira bondade. Ela se manifesta somente em uma vida entregue totalmente ao Senhor e é uma exigência para o ministério efetivo. Servir aos outros é somado como evidência da bondade de Deus agindo na vida de um cristão.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito - BENIGNIDADE




Alguns dias sem postar devido a correria de fim de ano, estamos de volta para continuarmos a reflexão sobre o fruto do Espírito.



A benignidade, no Antigo e no Novo Testamento, é expressa como amor constante em ação.

A palavra hebraica chesed e a palavra grega chrestotes significam, respectivamente, emoção e ação. Resumindo, o amor constante expresso em ação (como “bondade” e “misericórdia”, por exemplo) é benignidade.

A “misericórdia” é um atributo do Senhor (Sl 31.21). Deus demonstra a sua misericórdia abundantemente a seus filhos. Sua misericórdia é eterna.

Deus quer que seus filhos sejam benignos uns para com os outros (Ef 4.32) e espera que eles manifestem bondade fraternal mesmo em meio às provações. Como fruto do Espírito Santo, a benignidade é uma virtude que deve ser acrescentada à fé. (2ª Pe 1.5-7).

A benignidade não é uma reação natural humana, mas deve ser desenvolvida no crente para que ele possa ministrar a outras pessoas em nome de um Deus amoroso.



sábado, 15 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito – LONGANIMIDADE






A longanimidade engloba a paciência, persistência, constância e permanência. É uma resposta ativa à oposição, e não uma resignação passiva ao inevitável. Uma palavra importante tanto no hebraico quanto no grego, “longanimidade” é um atributo de Deus (Sl 86.15), parte do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e uma atitude que todas as pessoas devem ter (1ª Co 13.4)

O apóstolo Paulo orou para que seus amigos colossenses tivessem perseverança, longanimidade e alegria (Cl 1.9-12). Paciência (Gr. Hupomone, lit. “suportar debaixo de”) significa colocar-se sob um fardo ou aflição e transformá-lo em glória. Essa palavra para paciência é mais frequentemente usada para pessoas. O povo de Deus deve ser paciente com os outros, especialmente ao enfrentar adversidades. (Rm 5.3-5). A paciência é uma característica do verdadeiro amor. (1ªCo 13.4,7)

A longanimidade é uma qualidade aplicada com mais frequência a Deus. Seu significado original é “afastar a fúria enquanto se sofre uma ofensa ou injustiça”. Somente Deus pode ser completamente longânimo. Somente ele é “tardio em irar-se”. No entanto, os cristãos também podem se tornar longânimos pelo poder do Espírito Santo. Aqueles que andam no Espírito desenvolvem uma longanimidade que nenhuma circunstância é capaz de destruir e uma paciência que nenhuma pessoa pode frustrar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito - PAZ









Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a paz e descrita como resultado de termos uma relação correta com Deus e com os outros. A palavra grega eirene tem um sentido semelhante à palavra hebraica shalom.

A paz espiritual descreve um sentimento de bem-estar e satisfação que vem de Deus e depende unicamente de sua presença. Ela é experimentada por qualquer cristão que anda no Espírito a despeito do tumulto que o cerca. A verdadeira "paz de Deus" protege os corações e as mentes dos crentes de preocupação, medo e ansiedade. Ela transcede toda a lógica e entendimento. O Deus de paz que oferece a salvação, também promete sua presença e poder nas vidas de seus filhos e filhas. Sua presença cria em nós confiança, apesar das circunstâncias, pessoas e coisas.


Embora seja impossível de compreender totalmente a verdadeira paz é fruto do Espírito Santo e faz parte da "armadura de Deus". De acordo com o apóstolo Paulo, nossa compreensão e experiência do evangelho produzem a paz que nos permite caminhar corajosamente enfrentando a batalha espiritual e sobreviver a todas as formas de dificuldades e perigos. Aquele que crê recebe paz de Deus como uma virtude do viver santo e uma proteção contra as forças do mal. Onde a paz de Deus está presente, não há lugar para a preocupação.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito - Alegria

Continuando nossa meditação sobre o fruto do Espírito, meditaremos sobre ALEGRIA/GOZO.




Várias palavras hebraicas e gregas são usadas na Bíblia para transmitir o conceito de alegria. Na realidade, a palavra "alegria" é encontrada mais de 150 vezes nas escrituras.

A alegria vem de Deus como resultado da fé e da obediência (Jo 15.10-11; Rm 15.13). A abundância de alegria está em proporção direta com a intimidade e a perseverança da caminhada crente com o Senhor. O pecado na vida de um cristão pode roubar-lhe a alegria (Sl 51.8,12). A Verdadeira alegria é evidente quaisquer que sejam as circunstâncias. A mulher cristã cheia do Espírito Santo continua a regozijar-se mesmo em meios as aflições (Tg 1.2-3). A alegria bíblica é claramente diferente dos prazeres mundanos e temporais que estão ligados à circunstâncias.

O propósito da alegria é proporcionar bênçãos ao Cristão. A alegria o capacita a apreciar todas as bênçãos dadas por Deus - saúde, família, amigos, oportunidades e salvação. À medida que o crente experimenta verdadeira alegria, ela pode, então, ser repartida com outros (Rm 12.15).

Alegria abundante é um fruto do Espírito Santo para aqueles que caminham em fé.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Fruto do Espírito - Amor


O tema: avivamento, batismo no Espírito Santo, dons espirituais, sempre foi um tema de muita importância, relevância e muito comentado em nossos púlpitos.
Sempre que medito sobre isso, lembro-me de que antes de operar ATRAVÉS da minha vida com os dons espirituais, o Espírito Santo deseja operar EM MINHA VIDA. Pensando nisso, trago ao blog uma meditação sobre o fruto do Espírito. Se temos o Espírito, temos que cedo ou tarde, viver no Espírito e em consequência agir no Espírito, dando o fruto do Espírito. 
Sendo assim, começaremos a meditar hoje sobre o mais excelente: o AMOR.




Tanto em hebraico (ahab) quanto em grego (agape), palavras traduzidas como "amor" indicam ação, designando atitudes conscientes em nome de um ser amado. Entretanto, o amor bíblico parece exigir que se vá além de um mero comportamento específico para dar lugar a uma certa atitude interior, isto é, uma resposta interior positiva.
Enquanto várias palavras gregas descrevem formas específicas de amor, a palavra agape quase sempre expressa o amor de Cristo, o amor altruísta. O interesse generoso, leal e benevolente pelo bem-estar de alguém é chamado por Paulo de "o maior" entre todos os dons. O amor CRISTão é um fruto do Espírito Santo, uma virtude da vida cristã.
Os atributos do amor refletem tanto sentimentos quanto atitudes amorosas. O amor verdadeiro é caracterizado como:

  1. Paciente e tardio em irar-se
  2. Benigno e manso com todos
  3. Altruísta e generoso
  4. Verdadeiro e justo
  5. Esperançoso e motivador
  6. Duradouro, jamais acaba.
O amor bíblico não é invejoso, orgulhoso, egocêntrico, rude ou insolente.
Sem amor, os dons do Espírito são considerados sem valor e o fruto do Espírito, incompleto. O amor cristão é eterno. Enquanto todo o resto falha, o amor nunca falha. Ele é um interesse permanente e incondicional pelos outros que resulta do poder inerente ao Espírito Santo, e não do esforço ou desejo humano.

Leitura: 1º Coríntios 13.

(Bíblia de Estudo da Mulher)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Como Jesus cuidava das pessoas - Parte II





Cuidado-iconoclasta

O convite para se deixar amar nos leva para outra questão – qual é a imagem de Deus que construímos em nós? O terceiro mandamento, de não fazer para si imagens de Deus, tem de ser compreendido também simbolicamente: talvez não façamos esculturas de pedra ou metal, mas por vezes construímos imagens mentais de Deus mais duras que a rocha, tão frias que impedem que nós e as pessoas ao nosso redor percebam o amor do Pai.

No templo de Jerusalém, o lugar da morada de Deus – o Santo dos Santos – era completamente escuro. Lá dentro acontecia o encontro com o Sagrado. Será que conseguimos nos despir das velhas imagens e encontrar Deus totalmente no escuro? Foi o que Maria fez ao aceitar a proposta aparentemente “indecente” do anjo de ficar grávida enquanto noiva, e dizer: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Para experimentar a ausência de imagens, imagine-se caminhando de olhos vendados durante alguns minutos. Qual a sensação? Que temores e fantasias sobrevêm?

É difícil abrir mão das representações visíveis e seguras, ligadas a buscas de consolo durante o desamparo infantil. O convite da escuridão é para abandonarmos os canais de percepção costumeiros e nos abrirmos para outros modos de escutar, cheirar, tatear e saborear a presença de Deus.

O desafio maior será convidar outras pessoas a fazerem o mesmo, sem precisar que adorem a imagem mental esculpida por nós. Cuidar do desenvolvimento espiritual não é mostrar a nossa representação de Deus para o outro – isto somente Jesus podia fazer com fidedignidade – mas ajudar esta pessoa a se abrir para que Deus mesmo se revele pelo seu Espírito. O Espírito testifica ao nosso espírito quem é Deus.

Por causa destes riscos é muito arriscado nos fixarmos em práticas definidas por “aconselhamento” – estas implicam muitas palavras da nossa parte; Maria disse: que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer, mostrando abertura para o novo.

Em psicanálise encontramos o alerta para que o terapeuta não influencie a pessoa com seu desejo, pois ela está depositando nele muito do seu amor e ódio infantil – está “transferindo” sobre ele estes sentimentos antigos, em clima de muita dependência. Isto coloca o terapeuta num lugar de muito poder e responsabilidade, e é preciso lidar com cuidado com este feixe de afetos.

Richard Rohr ressalta que o Deus-Pai do filho pródigo se parece mais com uma mãe – sempre disposta a acolher e perdoar. O autor conclui que muitas atitudes de Jesus se mostram mais próximas do universo feminino que do masculino, e justamente por aparecerem em um homem que é surpreendente: untar o olho do cego com saliva e barro, tocar a língua com saliva, contar parábolas sobre situações domésticas, como fermento, lâmpada, se alegrar com as vizinhas, acolher o filho que estava perdido.

Considerando esse resgate das dimensões femininas do Evangelho, podemos nos perguntar: permitimos que nossa ternura seja usada para expressar os aspectos mais maternos de Deus? Encarnamos o “Enxugar toda lágrima do olho”; o “colocar debaixo das asas como uma galinha”, o “deixar a alma amamentada”?

Deus nos encontra no escuro das crises, e também ele próprio, através do seu Filho, passou por situações de extrema escuridão e desamparo. Cabe perguntar: quando estamos conversando com uma pessoa feita à imagem e semelhança de Deus, deixamos que nossa fala e gestos remetem ao processo materno de cuidar? 

Pela psicanálise, este é o caminho para o desenvolvimento da capacidade de gerar vida. Para crescer, a menina precisa abandonar a fantasia infantil de casar com o pai, renunciando a tê-lo exclusivamente para si. Ali inicia um longo caminho que consiste em voltar-se novamente para a mãe e identificar-se com ela e com sua fecundidade. Desta forma, a menina solidifica as características femininas e forma a base para crescer como mulher e mãe.

Para o menino, o desafio consiste em renunciar a pretensão infantil de ter exclusividade do amor da mãe, e passar a se identificar com o pai e a desenvolver afetos mais maduros para com ambos. Alguns estudiosos apontam que o homem estaria mais inteiro se resgatasse sua ligação de ternura com a mãe, pois assim não precisaria mais desvalorizar o feminino como defesa perante ela. Se a característica divina de misericórdia se apóia na raiz da palavra útero, há um percurso a fazer no homem e na mulher, no resgate da capacidade procriadora e geradora.

Será que no desenvolvimento da fé madura conseguimos que a representação de Deus faça este longo caminho? Permitimos unir aos aspectos mais racionais também ao nosso afeto? Deixamos que nosso ser – tanto homem quanto mulher – se vista de misericórdia? Desenvolvemos estas qualidades de Jesus para que possamos cuidar amorosamente dos outros?

Nossa vida emocional está fundada em representações; o mandamento de não fazer imagens de Deus é uma tarefa impossível no plano mental, mas podemos nos conscientizar destas imagens ligadas à nossa história infantil e transformá-las, ao chegarmos sempre mais a Deus e conhecermos melhor quem ele é. Neste sentido ajudam fala e o conhecimento dos próprios impulsos e ideias. Tornar consciente nossa representação de pai e de mãe, inclusive com suas deformações, pode ser um fator libertador, pois possibilita mudanças nos relacionamentos com o mundo interno e externo.

O cuidado cristão, isto é, o cuidado em nome de Cristo, trabalha para tornar consciente o amor que se escondeu em meio aos temores infantis, e assim possibilita que se chegue a imagens de Deus menos ligadas aos medos da retaliação e castigo. O cuidado cristão quer ajudar a aprofundar a ligação com o ABA-PAI – paizinho.

O pastor Oscar Pfister comentava que o acolhimento amoroso de Deus na parábola do filho pródigo mostrava uma regressão para aquela fase infantil quando a criança ainda não é tratada segundo o bem ou o mal que praticou, mas simplesmente é tratada com amor e bondade. São tempos nos quais pai e mãe apenas cuidam, sem impor condições. Este cuidado básico, cuidado-matriz, se situa no tempo e no espaço próximo à matriz-útero, e é a forma que melhor representa a misericórdia de Deus.   

(Bíblia de Estudo - Conselheira)