sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A Cruz de Isopor





Ela é leve, fácil de carregar, não atrapalha, não ocupa espaço; você pode escolher o modelo e o tamanho que desejar. Se você já tem a sua cruz, mas ela não te agrada, está pesada, exigindo muito esforço e dedicação, venha e troque por esta, muito mais leve. Esta é a cruz oferecida em muitas igrejas.


Uma cruz que não corresponde à cruz que Jesus Cristo nos deu para carregar. A cruz oferecida em muitas igrejas é a cruz do egoísmo, da facilidade, da barganha com Deus, da busca interesseira de bênçãos, da busca do material, da busca de unções, da busca de ser servido… É a cruz de isopor: Qualquer um carrega e de qualquer jeito, afinal é super leve.

A cruz que Cristo nos deu para carregar é uma cruz semelhante a que Ele carregou: A cruz do serviço, que lava os pés do próximo; a cruz do sacrifício sem receber nada em troca; a cruz de vencer as tentações e continuar com Deus; a cruz de se submeter à vontade do Pai, sem exitar; a cruz de perdoar setenta vezes sete; a cruz de oferecer a outra face; a cruz de buscar em primeiro lugar o reino de Deus; a cruz da confiança plena em Deus em qualquer situação; a cruz de amar sobre todas as coisas; a cruz de aceitar até morrer em favor do reino de Deus!

Esta é a cruz que Jesus nos deu e ajuda a carregar. Qual cruz você carrega atualmente? A de isopor ou a de Jesus Cristo?

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

5 sinais de maturidade espiritual



por Clint Archer


Deixe-me começar dizendo que não é errado para um novo crente ser imaturo, assim como não é errado para uma criança ser infantil.


Infantilidade só é irritante em um adulto. Quando uma criança de quatro anos veste uma capa, uma cueca por sobre a calça, alegando ter visão raio-x, isso é fofo. Quando seu pai faz isso, é preocupante (ou insanidade).

Quando você é um crente por muitos anos, porém, a falta de alguns desses indicadores deve ser preocupante.

Crentes maduros possuem estes 5 indicadores…


1. Um desejo por alimento sólido

É bom aproveitar o leite do evangelho em todas as refeições. Mas alguns cristãos orgulham-se de si mesmos por focar apenas no evangelho, esnobando a oferta de doutrinas mais profundas. O amor pela doutrina pode ser adquirido com o passar do tempo, mas ele sempre estará lá em um crente maduro.

O autor aos Hebreus repreende seus leitores por causa da relutância em mastigar.

Hebreus 5. 11: A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. 12 Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim vos tornastes necessitados de leite e não de alimento sólido. 13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.

A refeição de uma criança precisa ir ao liquidificador durante os primeiros meses dela (ou dele). Quando uma pessoa normal de 21 anos pede para a mamãe alimentá-lo com batata amassada, de colher, isso é assustador e disfuncional.

O amor pela doutrina pode ser adquirido com o passar do tempo, mas ele sempre estará lá em um crente maduro.

2. Uma impermeabilidade a ofensas pessoais

É raro um crente maduro se sentir ofendido. A ofensa é apropriada ao crente em qualquer ataque à glória de Deus, como quando o zelo pela casa de Deus consumiu Jesus e ele usou um chicote do Indiana Jones na corrupta zona comercial do templo por causa dos animais superfaturados.

Mas um crente maduro não fica pessoalmente ofendido de maneira tão fácil. Eles entendem que quando alguém peca contra eles, há coisas maiores em jogo do que seus próprios direitos pessoais com, por exemplo, a glória de Deus, o relacionamento do outro com Deus, etc.

Veja Paulo. Quando ele já não podia atrair uma multidão (estando preso por causa do evangelho e tal…), pregadores rivais estavam “jogando sal” em suas algemas ao pregar o evangelho em competição com Paulo. Ele não se tornou insolente. Muito pelo contrário, ele parecia animado com a notícia de que o evangelho estava sendo pregado. Isso é maturidade!

Filipenses 1.15: Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; 16 estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; 17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulações às minhas cadeias. 18 Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.

3. Uma consciência informada pelas Escrituras, não por opiniões

Quando você é um novo convertido, é natural ter um pêndulo oscilando em aversão a qualquer coisa associada com o seu antigo estilo de vida. Isso pode ser saudável. Mas, à medida que vai se tornando mais maduro, você vai criando uma visão mais balanceada sobre liberdade. Se Jesus diz que algo está “ok”, então você não vai ficar chateado quando alguns cristãos aproveitam essa liberdade.

Romanos 14.1: Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. 2 Um crê que de tudo pode comer, mas o débil como legumes; 3 quem come não despreze o que não come, e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu.

Eu amo vegetarianos – sobra mais carne pra mim. Porém, quando um crente se abstém da liberdade legal pensando que isso torna-o mais aceitável para Deus, isso é um sinal de imaturidade. Quanto mais você cresce no seu entendimento sobre graça, menos você se incomoda quando as pessoas ignoram normas religiosas feitas por homens. Você pode continuar escolhendo se abster, mas sua consciência não é atormentada pelo conhecimento de que outros cristãos participam do que você evita.

4. Uma sensação de humilde surpresa quando usado por Deus no ministério

Deus usa pecadores para fazer Seu trabalho por uma boa razão: não há mais ninguém para Ele escolher. Alguns pecadores são usados poderosamente. Um crente maduro sempre vai sentir-se humilde por sua eficácia no ministério de Deus. Frequentemente, no entanto, o mesmo privilégio vai inflar o ego de um crente imaturo.

1 Timóteo 3.6: Não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.

O pressuposto de Paulo é que um novo convertido – que é mais provável de ser imaturo – quando usado no ministério de Deus, não vai possuir a sensação de surpresa e humildade que são sinais de maturidade.

Compare isso com a própria atitude de Paulo, de que ele é o principal dos pecadores, usado apenas como meio para mostrar a extensão da misericórdia de Deus (1 Tm 1.15). Ele considerava a si mesmo como improvável e inadequado vaso que foi abençoado por abrigar temporariamente o tesouro inestimável dos dons de Deus (2 Co 4.7).

5. Tendência de dar crédito a Deus pelo crescimento espiritual, não a homens

Nosso mundo é uma arena para idolatria. “American Idol” é o nome mais adequado e tributo descaradamente honesto para a nossa cultura de celebridade. Nossos corações são orientados a adular e a adorar. Um crente imaturo luta para quebrar o hábito de idolatrar pessoas. Ele meramente transfere sua adulação pelas celebridades do mundo para celebridades espirituais.

Quer seja um pedestal para o seu pastor, ou uma desordenada reverência por João Calvino, ou qualquer outro sintoma, a imaturidade falha em dar a credibilidade devida ao poder de Deus em Seu trabalho.

1 Coríntios 3.4: Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? 5 Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. 6 Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. 7 De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.

Experientes donos de cavalos de corrida têm respeito por bons jóqueis, treinadores, e veterinários, mas todos entendem que o fator principal para uma vitória é o cavalo. Respeitamos bons pregadores, escritores, comentaristas, e mentores espirituais, mas, esperançosamente, nós reconhecemos o real músculo por trás de qualquer vitória no ministério deles.

Vá com este pensamento: na minha vida, qualquer imaturidade residual em qualquer uma dessas áreas irá desembocar na minha “caixa de entrada” espiritual. Sou confortado em saber que sou uma obra em progresso e me agarro à Filipenses 1.6: Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Teologia do Sono





por John Piper


5 horas da manhã. Na manhã de domingo o mundo não é escuro, mas também não há cor. Tudo é preto, branco e cinza, exceto a luz laranja na garagem do outro lado da rua, que brilha através da janela do meu quarto. Não há brisa, e as folhas de álamo são capturadas como uma fotografia em silêncio. As estrelas se foram, mas o sol não surgiu de todo; por isso, você não pode dizer se o céu está nublado ou claro. Muito em breve saberemos.

Sento na beira da minha cama tentando desenvolver uma teologia do sono. Por que Deus nos projetou de tal forma que tivéssemos necessidade de sono? Dormimos durante um terço das nossas vidas. Apenas pense nisso: gastamos um terço das nossas vidas como mortos. Basta pensar em tudo o que está sendo deixado de lado, mas que poderia ser feito, se Deus não tivesse nos projetado para precisar de sono. Certamente não há dúvida que ele poderia ter nos criado com nenhuma necessidade de sono. E apenas pense: todos poderiam se devotar a duas carreiras, e não sentir-se cansado. Todo mundo poderia ser um “obreiro cristão em tempo integral” e ainda manter o seu trabalho. Poderíamos nos envolver em muitas coisas dos negócios do nosso Pai.

Por que Deus imaginou o sono? Ele nunca dorme! Ele teve a ideia do nada. Deus criou o sono pensando nas suas criaturas terrenas. Mas por quê? O Salmo 127.2 diz: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. De acordo com esse texto, o sono é um dom de amor, e um dom que é frequentemente desprezado pela labuta ansiosa. Um sono tranquilo é o oposto da ansiedade. Deus não quer que seus filhos sejam ansiosos, mas que confiem nele. Portanto, concluo que Deus criou o sono como um lembrete contínuo de que não deveríamos ficar ansiosos, mas descansar nele.

Deus criou o sono como um lembrete contínuo de que não deveríamos ficar ansiosos, mas descansar nele.

Sono é um lembrete diário, da parte de Deus, de que não somos Deus. “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.4). Mas Israel dormirá. Não somos Deus! Uma vez ao dia Deus nos envia para a cama como pacientes com uma doença. A doença é a tendência crônica de pensar que estamos no controle e que nosso trabalho é indispensável. Para nos curar dessa doença Deus nos transforma em sacos indefesos de areia uma vez por dia. Quão humilhante ao executivo corporativo autosuficiente ter que entregar todo o controle e ficar tão mole quanto um lactente todo dia.

O sono é uma parábola que Deus é Deus e nós meros homens. Deus cuida do mundo numa boa enquanto o hemisfério dorme. O sono é como um disco quebrado que toca a mesma mensagem todos os dias: O homem não é soberano. O homem não é soberano. O homem não é soberano. Não deixe que a lição se perca em você. Deus quer que confiemos nele como o grande trabalhador que nunca se cansa e nunca dorme. Ele não fica impressionado com as nossas noites acordadas nem quando madrugamos cedo; mas ele se deleita com a confiança tranquila que lança toda a ansiedade nele e dorme.

Em busca do descanso,

Pastor John

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Será que tem gente demais nas igrejas?





Por Renato Vargens




No dia 19 de junho de 1969, em sermão pregado no Madison Square Garden, em Nova York, Billy Graham declarou:

“O que precisamos nos Estados unidos é nos desfazermos de muita gente que temos na igreja. Creio que poderíamos fazer muito melhor trabalho se fôssemos discípulos dedicados e disciplinados como havia na igreja primitiva. É preciso ter disciplina para levantar uma hora mais cedo para estudar a bíblia. É preciso ter disciplina para desligar a televisão à noite uma hora mais cedo para gastá-la em oração. Julgo ser uma boa coisa o fato de os cristãos se tornarem minoria. Foi assim que a Igreja primitiva virou o mundo de cabeça para baixo. Creio que temos sido numerosos demais. Temos nos estorvado uns aos outros e não temos tido disciplina e dedicação. O que precisamos é de uma minoria dedicada para transformar este país e o mundo.”

Ao fazer esta declaração Billy Graham o faz num contexto onde a maioria da população norte-americana considerava-se protestante. Isto porque, nos cultos dominicais os templos estavam cheios e repletos de pessoas, as quais religiosamente “prestavam seu culto a Deus.” Hoje no Brasil, a maioria não é evangélica, no entanto, percebe-se a olhos vistos que o número daqueles que se consideram evangélicos é a cada dia mais elevado. Entretanto, sou obrigado a confessar que boa parte destes que freqüentam os nossos cultos não tiveram uma genuína experiência de conversão. Na verdade, tais pessoas, movidas por um misticismo exacerbado, além de uma fé fundamentada no hedonismo, procuram em Deus as bênçãos que tanto necessitam.

Em alguns lugares deste imenso país ser crente virou moda. Isto porque, artistas, modelos e jogadores de futebol, além de socialites e emergentes, descobriram na fé cristã um tipo de amuleto pelo qual podem ser protegidos da inveja e do mal. Infelizmente, disciplina, oração e santidade não fazem parte da práxis de vida de muitos, aliás, para estes, Deus não passa de um galardoador, ou interventor, o qual mediante as orações determinantes submete-se a vontade de seus filhos atendendo todos os seus “decretos” instantaneamente.

Será que no Brasil não estamos com “crentes demais”? Será que os escândalos que tem tomado por assalto os nossos jornais, continuariam a acontecer se tivéssemos em nossos templos menos pessoas e mais gente compromissada com o reino? Acredito que o “evangelho” que temos pregado tem contribuído para a inchação de nossas congregações, levando-nos a impressão de que este evangelho fashion é que faz a diferença no mundo em que vivemos.

Caro leitor, a igreja brasileira necessita voltar a Palavra, redescobrir o quarto de oração, viver de forma santa, não negociando JAMAIS os valores do reino.

Pense nisso!



Fonte: Púlpito Cristão

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Estamos doentes!


por Alex Amorim

Hoje tenho visto uma igreja pigarreando e tossindo, e minha experiência do passado alerta que existe algo profundamente errado: Ou será normal uma "geração de adoradores" do domingo causar tão pouco impacto no mundo na segunda-feira?


Não precisamos de um profeta para revelar que estamos doentes. Basta um olhar para as fileiras cristãs para vermos quão longe estamos dos padrões bíblicos. Oração, jejum, humilhação, arrependimento, evangelismo, santidade, honra, fidelidade e vários outros temas não devem ser apenas discutidos e ensinados, mas vividos.

Até quando isto vai continuar?

Temos belos templos, boa aparelhagem, cadeiras confortáveis, mas onde está a vida?

Queremos maquiar o defunto, quando o que ele precisa é ser ressuscitado.

A igreja passa por um momento de mornidão ligada à ilusão do sucesso e da popularidade. Poucos ainda perdem a alegria da salvação por terem pecado. Ninguém mais quer carregar a sua cruz Mc. 8:34 e o que dizer de ser crucificado com Cristo? Gl 2:20. O resultado é que estamos perdendo o "dinamus" do Evangelho 1 Co 1:18 e sem este poder as portas do inferno nunca serão abaladas Mt 16:18.

Precisamos de um avivamento que retire o inchaço e coloque o crescimento. Que troque a infantilidade pela maturidade. Que leve embora as palavras eloqüentes e implante o poder da Palavra.

Precisamos de um avivamento que traga de volta o temor e a reverência há muito tempo perdidos pela igreja. Já não guardamos os pés, nem as mãos, nem os olhos, nem a língua e nem o coração quando nos reunimos Ec 5:1.

Onde estarão as almas sequiosas por algo do céu? Onde estarão os crentes com sede do Deus vivo?

Que o Espírito do Senhor desperte a Noiva do Cordeiro e retire do nosso cerne este câncer antes que ele nos definhe e consuma.

Precisamos dar atenção às palavras do apóstolo Paulo: "Desperta, tu que dorme. Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá". Ef 5:14.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O evangelho em tempos modernos





por David Martyn Lloyd- Jones


O evangelho de Jesus Cristo confronta e desafia o mundo moderno com a declaração de que somente o evangelho tem a resposta para todas as perguntas do homem, bem como a solução para todos os seus problemas. Em um mundo que procura saída para suas tragédias e tribulações, o evangelho anuncia que a solução já se acha disponível. Em um mundo que olha ansiosamente para o futuro e que fala em planos relativos a ele, o evangelho proclama que esta busca por outra saída não apenas está errada quanto à sua direção, como também é inteiramente desnecessária.

O evangelho denuncia o hábito fatal de colocarmos as nossas esperanças em algo que virá a acontecer e afirma que tudo quanto é necessário para os homens, individual e coletivamente, já foi posto à disposição da humanidade há mais de dois mil anos. Pois, a mensagem central do evangelho para os homens é que tudo quanto é mister para a salvação deles se encontra na pessoa de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus. O evangelho proclama que Cristo é a revelação plena e final de Deus. Em Cristo, em sua vida e em seus ensinamentos vemos aquilo que o homem deve ser e qual o tipo de vida que ele deve viver. Na morte de Cristo sobre a cruz, podemos ver o pecado do mundo finalmente desmascarado e condenado. Através de sua morte, vemos o único meio pelo qual o homem pode reconciliar-se com Deus. É exclusivamente dEle que podemos receber vida nova, obtendo um novo começo. Somente quando recebemos dEle o poder, então podemos viver aquela vida que Deus tencionou que vivêssemos.

De fato, o evangelho vai mais adiante e assegura-nos que Cristo está assentado à mão direita de Deus, em poder reinante, e que continuará a reinar até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. O evangelho proclama que chegará o tempo quando, ao nome de Jesus, se dobrará “todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Fp. 2.10). Portanto, o evangelho de Jesus Cristo confronta o homem, exorta-o a arrepender-se dos seus pecados e a olhar para aquela Pessoa sem par, que esteve nesta terra há mais de dois milênios, a única em quem se pode achar a salvação.

No entanto, todos temos consciência de que a expiação operada por Cristo, conforme apresentada nas Escrituras, é altamente desagradável para a mente moderna. Não existe razão tão freqüentemente apresentada, como explicação para a rejeição do evangelho, quanto o fato de que ele é antiqüíssimo. Em geral, as pessoas deste século consideram que os crentes se acham nessa posição ou por serem lamentavelmente ignorantes ou, então, por se terem tornado retrógrados e se recusarem a enfrentar os fatos. Para o homem moderno, nada é tão ridículo como a sugestão de que tudo quanto ele precisa hoje em dia, é de algo que vem sendo continuamente oferecido à humanidade por mais de dois mil anos. Na realidade, o homem moderno recebe como insulto a afirmação de que, apesar de todo o seu conhecimento, progresso e sofisticação, espiritualmente falando ele permanece precisamente na mesma condição na qual têm estado todos os homens, através da longa história da humanidade. Ele supõe que qualquer coisa que seja muito antiga não pode ser adequada para satisfazer as necessidades da situação moderna. Por esse motivo, a vasta maioria das pessoas nem ao menos pára, a fim de considerar o evangelho. Argumentam elas que algo tão antigo não pode ser relevante para os nossos dias.

extraído do livro Sincero, mas Errado, David Martyn Lloyd- Jones, Editora Fiel

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

João Batista - Personalidade Profética




Havia séculos que não surgia um verdadeiro profeta, como Elias e os demais nas terras da Palestina.


Os judeus estavam sob o jugo do Imperador romano Tibério, quando Pilatos era governador da Judéia, e lutavam por preservar sua terra, templo e identidade.

Aí surge um estranho e carismático homem, vivendo como nômade em toda a região do Rio Jordão, usando uma roupa feita de pelos de camelo, alimentando-se de mel do mato e gafanhotos. Profeta, insistia junto ao povo que o procurava na necessidade de arrependimento dos pecados que traz o perdão de Deus. Seu caráter íntegro atraía gente de vários lugares, incluindo muitos da elite, os saduceus e fariseus. Como se diziam “filhos de Abraão”, eles criam que tinham direitos hereditários à salvação. A estes, João Batista enfatizava com maior veemência a que mostrassem frutos de arrependimento, senão teriam terrível castigo.

João demonstrou a presunção deles afirmando que Deus poderia fazer descendentes das pedras. Ele não acomodou a mensagem aos interesses de nenhum grupo, mesmo dos que tinham alto status e podiam lhe cortar a vida, e teve um ministério muito semelhante ao do grande profeta Elias.

João Batista vivia com discernimento dos acontecimentos à sua volta. Sabia dos acontecimentos de seu país e orientava o povo sobre a ética social, como: partilhar os recursos com os necessitados, não exceder na cobrança dos impostos, não extorquir a ninguém, evitar abuso de autoridade, não fazer uso indevido da força ou mentira. Denunciou e não compactuou com o adultério e outras coisas más do governador da Galiléia, Herodes, pelo que veio a ser preso. Era, segundo ensinou Jesus, o maior dentre todos da velha aliança.

João Batista também conhecia e esperava pelas promessas de Deus e percebeu quando o filho de Deus irrompeu no cenário humano. Jesus apresentou-se para o batismo e, enquanto orava, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba sobre ele. Neste momento João Batista teve certeza de que estava diante do Messias.

Além disso, ele serve como modelo para todos os ministros do evangelho, sejam missionários, pastores, evangelistas, profetas, professores da Bíblia, conselheiros: Desde o começo, e repetidamente, ele deixa bem claro de que ele (João Batista) não é o Messias, mas uma simples testemunha. Sempre que aparecia uma oportunidade de ser “famoso”, ele prontamente encaminhava as pessoas para Jesus.

João Batista sempre apresenta sua identidade em relação a Jesus Cristo. Ele demonstra plena consciência de sua missão, descrita em (Jo. 1 – 6-8). A sua identidade é como que derivada da identidade de Jesus Cristo. Ela é conhecida pelo reconhecimento de Jesus Cristo como sua referência. Autores têm chamado a atenção para o fato de que o conhecimento de si mesmo tem sempre um ponto de referência fora de si. A pretensa autonomia do ego é posta sob suspeição.

Se não temos Jesus Cristo como ponto de referência, como a identidade que nos dá identidade, encontraremos algo ou alguém para ocupar este lugar.



(Bíblia de Estudo – Conselheira – NTLH – Pág. 190)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O próximo Billy Graham pode estar bêbado agora.






por Russell D. Moore


Sempre que começo a me sentir desencorajado a respeito do futuro da igreja, me lembro de uma conversa que tive, alguns anos atrás, com o teólogo evangélico Carl F. H. Henry, no que acabaria sendo a sua última visita ao Southern Seminary antes de sua morte.


Muitos de nós estávamos lamentando o estado lamentável da igreja em relação ao descompromisso teológico, a pregação vazia, a falta de discipulado. Perguntamos ao Dr. Henry se ele via alguma esperança nas próximas gerações de evangélicos.

Nunca me esquecerei de sua resposta.

“Por que você fala como se o cristianismo fosse genético?”, disse. “É claro que há esperança para a próxima geração de evangélicos. Mas os líderes da próxima geração talvez não venham do contexto evangélico atual. Provavelmente, ainda são pagãos”.

“Quem diria que Saulo de Tarso seria o maior dos apóstolos entre os gentios?”, nos perguntou. “Quem diria que Deus levantaria um C. S. Lewis, um Charles Colson? Eles eram incrédulos que, uma vez salvos pela graça de Deus, foram grandes guerreiros da fé”.

E, claro, o mesmo princípio se aplicava ao próprio Henry. Quem diria que Deus levantaria um jornaleiro vindo de uma família Luterana não-praticante para defender as Escrituras por gerações de evangélicos conservadores?

O próximo Jonathan Edwards pode ser o homem dirigindo na sua frente, com um adesivo do peixe de Darwin colado no carro. O próximo Charles Wesley pode ser um artista de hip-hop misógino e de boca suja agora. O próximo Billy Graham talvez esteja desmaiado de tanto beber em alguma festa de faculdade. O próximo Charles Spurgeon pode estar, nesse momento, produzindo cartazes de alguma marcha do orgulho gay. A próxima Madre Teresa pode estar administrando uma clínica de aborto nesse instante.

Mas o Espírito de Deus pode mudar tudo isso. E parece ter prazer em fazê-lo. O novo nascimento não simplesmente transforma vidas, criando arrependimento e fé; também provê novos líderes para a igreja, e cumpre a promessa de Jesus de dar a igreja tudo que ela precisasse para prosseguir sua marcha, no espaço e no tempo (Efésios 4.8-16).

Afinal de contas, enquanto Filipe levava o eunuco etíope a Cristo, Saulo de Tarso ainda era um assassino.

Grande parte da igreja, em qualquer geração, surge por meio do discipulado lento e paciente da próxima geração. Mas para nos impedir de pensar que o cristianismo é evolucionário e “natural” (ou, para usar o termo do Dr. Henry, “genético”), Jesus choca sua igreja ao usar líderes que parecem surgir como um Big Bang, do nada.

Sempre que sou tentado a me desesperar por conta do estado da igreja americana, sou lembrado que Jesus nunca prometeu o triunfo da igreja americana; ele prometeu o triunfo da igreja. Grande parte da igreja, no céu ou na terra, não é americana. Talvez a esperança para as igrejas americanas esteja, nesse exato momento, na Nigéria, no Laos ou na Indonésia.

Jesus será Rei, e sua igreja florescerá. E ele o fará acontecer da forma como quiser, ao exaltar os humildes e humilhando os exaltados, ao transformar covardes, ladrões e assassinos nas pedras de fundação da Nova Cidade.

Então relaxe.

E seja gentil com o ateu dirigindo na sua frente; aquele mesmo que acabou de te fazer um gesto obsceno. Pode ser que ele venha a evangelizar os seus netos.

Traduzido por Filipe Schulz

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Desabafo...



Por vezes sem fim me deparo com pessoas a criticar o nosso sistema político.

Fico a pensar...

Não somos nós que reclamamos e aceitamos vender nosso tão batalhado voto por 30,00 - 40,00 reais ou uma nova pintura na casa?
Não somos nós que aceitamos adesivar nossos automóveis não porque partilhamos dos mesmos ideais daquele candidato ou confiamos em seu caráter, mas único e exclusivamente por alguns litros de gasolina?
Não somos nós que muitas vezes queremos passar em um concurso público não para melhoria de nosso sistema público, mas para termos uma vida "mansa"?
Não somos nós que reclamamos de sermos roubados pelo governo através dos altos impostos e desvios de dinheiro, mas quando recebemos um troco a mais de alguém ficamos calados e não devolvemos...?
Não somos nós que nos achamos tão gentes boas mas quando encontramos um item perdido não procuramos devolvê-lo?
Não somos nós que nos assustamos com o tráfico e nos sentimos fragilizados mas continuamos a sustentá-lo comprando coisas roubadas?
Não somos nós...? Não somos nós...? Não somos nós...: SOMOS NÓS!

Nossa sociedade está podre e essa podridão não é apenas na política, ela começa dentro de nossa casa.

Onde está o nosso caráter? O nosso senso de justiça? A nossa dignidade cidadã?

Acorda Brasil!!!!!
Vamos votar no cara porque ele é corrupto mas faz?
Porque ele rouba, mas vai arrumar um emprego para o seu filho?

Precisamos entender que a nossa política é apenas uma amostra da nossa sociedade SUJA e PODRE.


Enquanto não formos figuras de transição dentro de nossa casa, de nossa comunidade, não teremos resultados diferentes e satisfatórios.

Ainda temos tempo de mudar nossa realidade para melhor e construir um País limpo e justo, para isso precisamos começar dentro de nossa casa e espalhar em nossas decisões.

Que Deus nos abençõe!