Lucas simplesmente se refere a essa mulher anônima como uma “pecadora”,
talvez uma prostituta que caminhava pelas ruas de Naim, no sudoeste da Galiléia.
Os virtuosos fariseus desprezavam essa mulher de má fama. Nenhuma mulher
decente entraria em uma reunião desse tipo, na casa de um proeminente fariseu,
sem ser convidada.
As ações da mulher em relação a Jesus pareceram ainda mais
grosseiras. Chegando perto do Senhor, ajoelhou-se aos seus pés e começou a
chorar. Suas lágrimas mornas caíram uma a uma nos pés do Mestre. Então, ela
soltou os cabelos, um ato público considerado vergonhoso para uma mulher de
seus dias. Com suas longas madeixas, limpou a poeira dos pés de Jesus,
lavando-os e beijando-os. Em volta de seu pescoço pendia um vaso de alabastro
contendo unguento, que certamente consumira todos os seus recursos pessoais.
Ela rompeu o vaso e despejou o caro óleo aromático sobre os pés que acabaram de
ser limpos. Esse foi um ato de adoração.
Simão, o anfitrião, censurou Jesus e questionou a
integridade do “profeta” por permitir que uma mulher com tal reputação o
tocasse e o desonrasse. Os fariseus olhavam apenas para as ações exteriores da
mulher, mas Jesus olhou para o seu coração – solitário – triste e penitente –
um coração amoroso que o honrou como Senhor e buscou o perdão para uma vida
arruinada e pecaminosa.
Para grande surpresa dos homens que estavam no local, Jesus
defende a mulher. Ele os lembrou de que essa mulher demonstrara a cortesia
habitual dedicada a um convidado. Simão havia negligenciado a lavagem dos pés
de Jesus, o beijo de boas-vindas ou a unção da cabeça com óleo, gestos
apropriados de hospitalidade. A mulher, humilde e graciosamente, ofereceu a
Jesus tudo isso. O grande mestre usou essa ocasião para ensinar sobre o amor,
perdão e fé.
A mulher anônima, que chegou em desonra, deixou a casa de
Simão em paz. Jesus perdoou publicamente seus pecados, e ela seguiu seu caminho
com um coração purificado e uma nova vida em Cristo.
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