sexta-feira, 22 de julho de 2011


A maior batalha de um atleta olímpico não é contra seus adversários. Vencedor não é quem supera o outro, é quem supera a si mesmo. A superação é a linha tênue entre o medo e a força de vontade. Geralmente focamos em nosso medo, e tomamos decisões baseados nele. Quando na verdade o medo não é o fator decisivo, mas o fator propulsor de nossas conquistas.


O MEDO EXISTE PARA SER SUPERADO.

A vitória nas nossas vidas não acontecem quando ganhamos uma prova ou desafio. A vitória começa no nosso coração. Tem gente que já entra derrotado em determinadas situações. A vitória sobre o “Eu” é a maior das vitórias. O meu maior inimigo não é o Diabo, mas a minha falta de determinação, a minha falta de superação.

Pessoas que perdem o controle diante de determinadas situações mostram que são fracas em relação a opinião que nutrem de si mesmas. Pois perder o controle, não significa apenas “fazer escândalo”, mas acima de tudo é não possuir domínio sobre uma certa área da vida. Precisamos controlar o nosso espírito. Veja o que Paulo diz:

Vocês não sabem que dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado. 1Co 9:24-27

Paulo afirma que o vencedor é recompensado por Deus. A busca por uma espiritualidade verdadeira gera recompensas. Gera transformação. Gera um prêmio. Mas no pódium olímpico apenas um(1) leva o prêmio. Mas no pódium da vida todos podem ser coroados vencedores, mesmo aqueles que chegam por último, pois na vida não competimos uns contra os outros para chegar na frente, mas contra nossos próprios limites, contra nossos próprios obstáculos, simplesmente para chegar.

“Corram de tal modo que alcancem o prêmio” – Esta afirmação implica em um esforço por parte daquele que está correndo. Paulo não está evidenciando a vitória como o fim. Mas o término da jornada. (1Tm 6:12).

NÃO HÁ VITÓRIA SEM ESFORÇO

O atleta se sujeita a uma disciplina de vida rigorosa para ser o melhor de uma competição. Evita certos alimentos, certos passeios, certas vontades. Para ser o melhor ele precisa superar-se, e para isso ele precisa exercer AUTO-CONTROLE. O alvo de um atleta é a glória que reside no podium. O cristão leva uma vida esforçada pois pleiteia alcançar a Glória celestial.

Isso significa que a vida cristã não é uma vida de facilidade, de facilitadores, pelo contrário, é uma vida difícil, uma vida que requer esforço. Paulo afirma ser o maior adversário de si mesmo. Ele diz: Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.

Portanto esforce-se e não tenha medo da vida. Encare ela como o podium a ser conquistado pela capacidade que Deus lhe conferiu.

Pr Bruno dos Santos

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pavio Curto ou Temperamento Transformado?

Todos nós conhecemos pessoas que são bondosas, corretas e calmas, mas que, quando menos se espera, apresentam comportamento explosivo e violento. Normalmente, nessas situações, quem está por perto é pego de surpresa – até porque, em geral, o fato motivador nem justifica a atitude. Em muitos casos, o indivíduo até se assusta com o próprio descontrole, não sabe explicar o motivo de ter agido assim e sente-se até culpada. Há diferenças de personalidade entre uma pessoa e outra, claro. Algumas são mais pacatas; outras, mais esquentadas, como se diz popularmente. Mas, mesmo para quem tem um temperamento mais dinâmico e ativo – e, portanto, mais suscetível a rompantes do gênero – existe a possibilidade de se desenvolver o equilíbrio, a fim de não ferir aos outros e nem a si mesmo desnecessariamente.



A psicologia pode nos ajudar muito quando o assunto é comportamento. Ninguém explode sem causa. A explosão é o resultado do excesso de pressão num tanque que já está cheio. O ditado popular “gota d’água que entorna o pote” faz todo sentido nessas ocasiões. Algumas pessoas podem anular suas iniciativas e viver apaticamente quando não encontram espaço para expressar seus sentimentos diante de situações de sofrimento. Mas, em outras pessoas, as sensações doloridas vão se acumulando, enchendo o tanque emocional. Uma vez ultrapassados os limites, qualquer fato ou comportamento que, de alguma forma, se assemelhe com vivências passadas, pode detonar o rompimento desse depósito, como se fosse rachadura na parede de uma represa. E, quando isso acontece, o prejuízo e a destruição podem ser assustadores.


Uma criança que sempre foi criticada e cresce humilhada, sem oportunidades de expressar sua vergonha ou raiva, pode, com o passar do tempo, apresentar um comportamento violento e explosivo – sobretudo, diante de situações que fazem aflorar suas lembranças de desconforto como se fatos passados tivessem ocorrido ontem.


Um bom exemplo bíblico de pavio curto é o de Moisés. Ele nasceu num contexto de muita injustiça social, política e racial. Foi vítima dessas injustiças, e só não acabou assassinado na infância, tendo o mesmo fim de muitos meninos hebreus, por providência divina. Desmamado, foi adotado pela filha do rei do Egito. Provavelmente por volta dos seis anos, o menino Moisés deixou sua casa de origem e foi morar no palácio de faraó. A partir dali, sua vida ganhou rumo totalmente diverso do se seu povo, então escravizado pelos egípcios.


Quando tinha 40 anos, Moisés resolveu ir ver como viviam os hebreus, seu povo. Assim que viu um feitor espancando um escravo judeu, o príncipe descontrolou-se e matou o egípcio. Foi uma reação incontrolável; a injustiça cometida deixou-o indignado. Vendo que o homicídio logo seria descoberto por todos, Moisés resolveu fugir da corte egípcia. Dali, seguiu para o deserto, onde seu caráter foi forjado na solidão, em companhia apenas dos animais que pastoreava. Tornou-se um novo homem, manso e paciente.


O apóstolo Paulo, em sua carta aos crentes de Éfeso, alerta que não devemos deixar que a raiva seja acumulada dentro de nós. Ele nos convida a lidar com iras e ressentimentos antes do por do sol. Porém, o que acontece é que muitos deixam não apenas o sol se por sobre nossos agravos, mas muitos dias, semanas e até anos. Para estes, o caminho pode ser o mesmo de Moisés: voltar na história de vida para identificar possíveis danos sofridos no passado, mas que permanecem vivos lá no fundo, prontos para aflorar e incitar violência e destruição. Dores a mágoas disfarçadas numa história de vida não desaparecem e podem explodir quando menos se espera no momento errado, do jeito inadequado e, muitas vezes, prejudicando inocentes.


Se realmente fomos magoados ou feridos, não adianta negar o sentimento; é preciso identificar e sofrer o dano da ofensa para reconhecer que alguém falhou conosco e há uma divida. Contudo, se o perdão foi concedido, não há mais saldo devedor para o ofensor. Uma criança não dispõe de recursos emocionais e muito menos intelectuais para reagir e lidar de forma adequada diante das ofensas e injustiças cometidas pelos mais fortes. Mas, quando alcançamos a maioridade, podemos rever nossas origens, a fim de trazer à memória os sentimentos da criança ferida que porventura há em nós. Através desse acolhimento, por vezes doloroso, integraremos o que se passou ao presente, proporcionando cura. É um caminho para lidarmos com os fatos do nosso cotidiano, com coragem e mansidão.

(Cristianismo Hoje)

sábado, 9 de julho de 2011

Se você fosse como eu!

Se você fosse como eu, olharia para trás e veria todas as pessoas que magoou.
Então olharia para o futuro e se daria conta de que, se não passasse a pedir perdão, continuaria a não ter laços de amizade, apenas nós cegos de orgulho. Também se daria conta de que, se não perdoasse, continuaria a não ter a vida em suas mãos.

Se você fosse como eu e visse que mais recebeu do que doou, olharia para o futuro e se daria conta de que a vida é um cobrador severo. Se não começasse a dar mais de si mesmo, continuaria com duplicatas emocionais vencidas, com juros compostos de gratidão recolhida.

Se você fosse como eu e passasse a escutar a si próprio com mais atenção, ouviria muitos lamentos e exigências. Olharia para o futuro e se daria conta de que, se não passasse a falar mais de alegria e de realizações, continuaria sem ser ouvido e sem fazer nada.

Se você fosse como eu e passasse a escutar os outros com mais atenção, também ouviria lamentos e exigências. Olharia para o futuro e se daria conta do quanto é rico em conhecimento, emoções e decisões. Lembraria que o melhor alpinista é o que vai primeiro, sem proteção nem rumo certo, que fixa os pontos seguros, por onde passará a corda que deixará a sua descendência mais segura.

Se você fosse como eu e se desse conta das chances que perdeu, olharia para o futuro e se daria conta de que, se as vezes não se lançasse no vazio, jamais mergulharia no mar das grandes realizações.

Se você fosse como eu e sentisse o quão pouco amou, olharia para o futuro e se daria conta de que riqueza sem amor é cobiça, cultura sem amor é arrogância, inteligência sem amor leva a solidão, sentiria que só o amor te dá a única proteção contra todos os males deste mundo: Esperança.

Se você fosse como eu, estaria perdendo aquilo que você tem de mais valioso, que é a sua vida. Esta vida foi construída com todas as decisões que você tomou, todos os erros que você cometeu, todos os dias em que se sentiu nas nuvens e todas as noites em que ficou só, num canto escuro chorando de dor e solidão, todas as luzes que aqueceram seu rosto num dia calmo de primavera.

Viva a sua vida da melhor forma que puder, porque você não é como eu.

Breno Isernhagen

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Depressão, Decepção ou Descanso???



É interessante como estes três substantivos nos acompanham! Gostaria de, inicialmente, lhe fazer algumas perguntas: Você já teve depressão? Já experimentou decepção? Já aprendeu a descansar nAquele que pode todas as coisas? São indagações pertinentes. Creio que o mais difícil é aprendermos a descansar, ou seja, colocar a nossa confiança no Senhor. Aprendi que um desses substantivos pode ser preponderante à luz da nossa relação com o Senhor. Depressão e decepção são experiências muito duras. Eu as tive e sofri muito. Mas elas nos ensinam lições muito preciosas. Aprendamos com Jesus a descansar. Consideremos estes três substantivos à luz da Pessoa e da Obra de Cristo, o Senhor.



Experimentarmos depressão quando o nosso foco é o interior muitas vezes desajustado e em descompasso com a vontade soberana do Pai. Quando olhamos para nós mesmos percebemos o quanto estamos longe do propósito de Deus e o quanto somos miseráveis. Paulo, em Romanos 7, tem uma apurada percepção de si mesmo, de quanto estava aquém do plano de Deus. Sabemos que em nós mesmos não há bem algum a não ser a marca da regeneração operada em nós pelo Espírito Santo. Ficamos deprimidos quando descobrimos as nossas incoerências, mazelas e sentimentos ruins. Dizemos uma coisa, fazemos outra. O mal que não queremos, esse fazemos. Davi, homem segundo o coração de Deus, na sua confissão, disse: “Em pecado fui formado e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Esta é a nossa origem. Mas, em Cristo Jesus, somos mais que vencedores (Rm 8,37).


Sentimos decepção quando fazemos uma expectativa alta de uma pessoa e ela falha. Temos a tendência de nos decepcionarmos com muita facilidade. A decepção é fruto da nossa natureza terrena que ainda está em nós bem latente. Imagino quantas decepções você e eu tivemos com “amizades”. Pessoas nas quais depositamos as nossas expectativas muito boas e elas entristeceram o nosso coração. Sabemos que a decepção produz amargura e ressentimento; tristeza e angústia. A decepção transmite enfermidades físicas e emocionais. Nossas igrejas estão cheias de pessoas que assimilaram decepções e elas foram transformadas em verdadeiros obstáculos para o crescimento espiritual. Não devemos ter expectativas além e nem aquém, mas moderada. A nossa auto-percepção deve ser equilibrada (Rm 12.3).


O propósito de Deus não é que nós sintamos depressão e nem decepção, mas um verdadeiro descanso em Cristo Jesus, Seu Filho. Entrar no Seu descanso é experimentar a paz de Deus que excede todo o entendimento. Ao olharmos para nós mesmos sentimos depressão; ao olharmos para o outro nos decepcionamos (quando criamos expectativa além) porque ele é tão falho quanto nós, mas quando olhamos para Cristo, Autor e Consumador da nossa fé, descansamos e o fazemos na Sua maravilhosa graça. Ele faz um convite incomparável: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Descansar em Cristo é depositar a nossa fé, a nossa confiança na Sua obra suficiente. Ele é a nossa alegria todas as manhãs, a renovação das nossas forças todas as tardes e o nosso descanso todas as noites. Descansar em Cristo é depositar nEle todo o nosso prazer. Estamos tranqüilos e seguros no Seu amor. Descansamos nas Suas promessas e na Sua graça. Paulo aprendeu a lição de que a graça de Cristo basta, é suficiente para todas as nossas necessidades, nossas lutas intensas (2 Co 12.9,10). No sofrimento aprendemos com Jesus a descansar e não ficarmos deprimidos e decepcionados. Descansamos quando o Espírito Santo “é a nossa nuvem durante o dia e o fogo durante as noites” (A.W. Tozer). Para descansarmos, precisamos olhar para o alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus, o Pai (Cl 3.1-4). Descansamos quando, pela fé, cremos que estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.6). Se a depressão e a decepção trazem insegurança para o nosso coração, o descanso traz contentamento, segurança e paz. A nossa caminhada com Cristo é uma caminhada de esperança concretizada na Sua morte e na Sua ressurreição para a Glória do Pai.


Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor.